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Um dos maiores eventos da conservação da cultura popular do Brasil, o “Encontro dos Profetas da Chuva” chegou à sua 29ª edição. Neste sábado (11/01), 31 profetas lançaram seus prognósticos. Segundo o idealizador do evento, Helder Cortez, o balanço é divulgado segundo a avaliação da maioria dos participantes. Seguindo esse critério, a previsão é de que a quadra chuvosa de 2025 seja dentro ou acima da média.
Profeta mais velho do Brasil, José Célio é natural de Limoeiro do Norte. Aos 97 anos, décadas de sua vida foram dedicadas à observar a natureza para fazer suas previsões. Segundo o profeta, as chuvas que ocorreram em dezembro no Cariri apontam para um cenário animador em todo Ceará. Na oportunidade, Célio alertou que será necessário um pouco de paciência para observar as primeiras chuvas do ano com maior intensidade.
“As primeiras chuvas sempre são no Cariri. Depois disso elas chegam ao Maranhão, ao Piauí e, só depois, chegam no restante do Ceará. Pela minha previsão, março e abril é quando o inverno ‘acocha’. Em dezembro, houve uma chuva de 3 milímetros em Limoeiro. Já em Morada Nova, choveu 90 milímetros. As coisas do céu ninguém entende. Mas mesmo que chova aqui e ali, vamos ter um inverno de médio para bom. Sem água, não dá. As secas estão cada vez mais desaparecendo”, destacou,
Análises dos Profetas da Chuva
Primeira profetisa da chuva do Brasil, dona Maria de Lourdes possui décadas de seus 85 anos de vida dedicada a essa atividade. Assim como o colega de Limoeiro do Norte, dona Lurdinha, como é conhecida, também chegou à conclusão de chuvas mais tardias. Porém, os resultados de seus estudos são ainda mais otimistas.
“Nós vamos ter chuvas abundantes, acima da média. Eu sempre me bato com o meu colega Erasmo e ele disse que no dia 20 de fevereiro o inverno vai começar com força. Pelas minhas observações, o inverno vai empolgar do começo de março em diante. Mas vamos ficar tranquilos: janeiro e fevereiro ainda chove”, expôs.
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Em outras oportunidades em que concedeu entrevista à REDE ANC, Erasmo Barreira, de 77 anos de idade, sempre expôs diagnósticos com base na observação dos astros, das aves, das formigas e das abelhas. Para 2025, o profeta trouxe uma observação inovadora, mas que também é um bom sinal. Segundo Erasmo, encontrar uma tatu fêmea a espera de filhotes é algo raro e que sinaliza para uma quadra chuvosa otimista.
“As ‘tatuas’ estavam todas prenhas, já para parir em dezembro ou início de janeiro. Qual o significado disso? Olha o segredo: se a natureza não tivesse dito a ela que iria ter chuva com exagero, ela não teria se programado para isso. Sem chuva, não nasce vegetação e nem batatinhas, que é do que a ‘tatua’ se alimenta para dar sustança aos seus filhotes”, explicou.
Sucesso do evento
No ano de 1997, Hélder Cortez, então funcionário público, foi abraçado pelo município de Quixadá, no Sertão Central do Estado. Como forma de retribuição, o recém-chegado ao município foi despertado para propagar aquilo que era falado e ouvido nas padarias, ruas e pequenos comércios da cidade: as profecias sobre o período chuvoso na região.
Dali então, surgiu a ideia de realizar um encontro organizado e formal, mas que não perdesse a essência do homem do campo e da sabedoria popular. Após chegar a 29ª edição, Hélder Cortez foi transparente em sua avaliação ao dizer que não imaginava que a proporção do evento tomasse tamanho alcance.
Segundo ele, é satisfatório ver a rede de fortalecimento que consolida o evento a cada edição. “A minha intenção era valorizar os profetas de Quixadá. O evento dos Profetas da Chuva agregou parceiros e foi abrindo a nossa mente. Fico até surpreso e preocupado com o tamanho do evento. Agradeço a participação de vocês. Hoje, o evento em Quixadá lidera uma rede se profetas cearenses e nordestinos”, destacou.
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Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Amílcar Silveira criticou os prognósticos da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Segundo o presidente da Faec, além da valorização cultural, o homem do campo, com essa atividade, presta um serviço ao Ceará.
As críticas de Amílcar fizeram referência à previsão da fundação que não se confirmou, que apontava uma quadra chuvosa abaixo da média em 2024. “Em nome dos produtores rurais, vim agradecer a vocês, que representam uma esperança. Eu vim para aguardar a palavra da sabedoria popular. No ano passado vocês acertaram e a Funceme errou”, destacou.
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