Ele tem o ato ou efeito de devanear. “O Mais Alto Degrau de Mim” é o título do primeiro livro que a poetisa, geógrafa e orientadora educacional de Limoeiro do Norte, Telma Luz, acaba de presentear à literatura cearense. “É denúncia, entrega, ponto final e recomeço. É seiva de si mesma; uma angústia, um amor, uma paixão, ora revelada, ora tardia…”, como bem pontua o escritor Gylmar Chaves nas orelhas da obra.
O também poeta de Tabuleiro do Norte, Gylmar, diz em sua apreciação, que a poetisa é ágil e demorada em seus poemas. Ele ainda enfatiza que Telma o faz com gosto. “Gosto de terra molhada, de chuvas que não se derramam, de sol que arde mais em alguma parte do nosso corpo”, afirma Chaves.
O impactante título, como diz a autora, foi uma sugestão do amigo-conterrâneo, Társio Pinheiro, que deu ordem a cada um de seus poemas, ao ponto de encontrar o nome em “Devaneio”, quando Telma diz no final: “O mais alto degrau de mim, de onde eu já partia sem me despedir. E aguardava o tempo para fazer a liberdade no mais alto degrau de mim”.
A poetisa que é iluminada até no sobrenome, escreve desde menina, quando começou a rabiscar os poemas, no precioso e inseparável Diário, um grande confidente não só do cotidiano de Telma, mas, de todas as adolescentes e mulheres que costumam externar e registrar as suas emoções.
“Ali, acredito que era a minha terapia”, revela a mais nova debutante da literatura, ao recordar essa fase importante da sua vida. “Hoje, mais consciente e com o pensamento mais nítido sobre tudo o que aconteceu e acontece na minha vida, metade de tudo o que eu sou, do suporte das minhas emoções, como eu encaro, ela se deve exatamente desse desabafo literário”, explica Luz.
“Os meus melhores versos não fiz para quem amei. Os meus melhores versos foram roubados da vida, nas horas em que estava desprevenida. Os meus melhores versos falam de amores sofridos, encontros e reencontros, dores e despedidas”, declama Telma em seu poema “Sulco” impresso entre as 159 páginas do livro, que tem capa desenhada pelo genro, Pedro Thiago Tibúrcio da Frota, um médico com veia artística e talento de designer.
Tudo foi pensado na elaboração de “O Mais Alto Degrau de Mim”, uma obra publicada pela Premius Editora, com a indispensável revisão da escritora e poetisa, Rejane Costa Barros e, ainda, a editoração eletrônica de Ed Batalha. Entre uma página e outra, o leitor sente o desejo de continuidade e nunca um recomeço no vasto acervo de poesias da limoeirense, que as academias literárias do Ceará acabam de conhecer.
Leveza é um ponto forte do livro, que traz uma ampulheta fixada acima do título. “Ela tem tudo a ver, porque eu falo muito sobre tempo, tempo de continuar, tempo de seguir”, disse Telma Luz, ao justificar a ideia desse símbolo tão coerente e preciso na frente da obra, que é espiritualizada em sua essência.
“Uma poesia feminina, intensa e inquieta. Um diário em versos. Assim é a poesia de Telma”, disse a Mestra em Linguística, tradutora e escritora, Vitória Régia, ao prefaciar o livro, acrescentando ainda, que é uma caixinha de segredos que saltam das páginas para remexer nas feridas, para rever as marcas do tempo, as nódoas que inscrustam na alma e que sempre estarão presentes.
Telma Luz é uma mulher que se precisar chorar, ela chora; se precisar sorrir, ela sorri, como afirma e deixa claro nas entrelinhas das últimas estrofes de “Poetando”: Ser poeta é amar perdidamente. É saber descrever o amor que não sentiu. É possuir todos os sentimentos do mundo. É cantar na dor, a dor sentida. Telma é uma poetisa que, além de chorar e rir na fantasia, diz que quando não houver mais poesia estará sempre igual nos caminhos, seguindo na vida. Ou seja, sem amarras.
Onde encontrar o livro?
*Premius Editora
>Rua Manoelito Moreira, 55 – Benfica
>CEP: 60.025-210 / Fortaleza – CE
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*Com a autora, pelo fone: (85) 9 9694.8002
“O Mais Alto Degrau de Mim”
>Preço: R$ 40,00