De acordo com o Observatório da Violência Política e Eleitoral, o período de campanha política de 2022 é o segundo mais violento desde 2019. Ainda segundo os dados, o terceiro trimestre deste ano registrou mais que o dobro dos casos em comparação aos três meses anteriores.
Entre julho e setembro foram registrados 212 atos em todo o país, o que representa um aumento de 110% em relação ao trimestre anterior. Ao distribuir os casos pelos meses do trimestre, observa-se uma tendência de alta no número de episódios de violência política com a aproximação do dia da eleição. Enquanto julho registrou 41 casos, o número aumentou para 60 em agosto, e em setembro alcançou a marca de 111 casos.
No período, as ameaças se destacam como o principal tipo de violência totalizando 105 casos, o que equivale a 49,5% dos registros. Em seguida, surgem as agressões, os atentados, os homicídios e sequestros. Os homens continuam sendo as vítimas mais atingidas, com 163 casos, enquanto as mulheres contabilizaram 49 casos.
Mesmo com a realização das eleições nacionais, as lideranças locais, por mais um trimestre consecutivo, se mantiveram como as vítimas mais atingidas. Entre julho a setembro de 2022, 42 vereadores, 20 prefeitos e dois vice-prefeitos sofreram algum tipo de violência. Se somarmos esses dados com os funcionários da administração municipal, ex-políticos locais e ex-candidatos a cargos locais, o número sobe para 95.
Ao todo, lideranças de 29 partidos foram atingidas por algum tipo de violência nesse período. O PT foi o partido com maior número de incidência somando 37 casos. Em seguida vem o PSOL com 19, PL com 17, PDT com 12 e MDB com 11.
Dentre os casos, as ameaças sofridas pela vereadora e candidata a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) e pela deputada estadual e candidata à reeleição Andréia de Jesus (PT-MG). Ocupando a 17ª posição no ranking, o Ceará também foi palco de alguns episódios de violência política.
No dia 24 de setembro, um homem foi morto a facadas num bar no município de Cascavel, na Região Metropolitana de Fortaleza, após informar ser eleitor do ex-presidente Lula (PT). Anteriormente, no mês de agosto, o vereador Franzé do Hospital foi assassinado a tiros em Horizonte, a 43 km de Fortaleza. Conforme conta uma testemunha, o crime pode ter sido motivado por questões políticas, já que nada foi roubado.
