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“Vocês venceram”: diretora pede demissão após receber ameaças de alunos por proibir uso de celular

Uma professora do município de São José de Mipibu, localizado na Região Metropolitana de Natal, veio a público comunicar que pediu demissão da escola em que trabalhava. A professora Maria Dos Prazeres, que atuava como diretora da escola Francisco Barbosa, unidade que atende mais de mil alunos, relatou a dificuldade de cumprir a lei que proíbe o uso de celulares em sala de aula. Diretora pede demissão do cargo, mas relatou que a situação estava insustentável.

A diretora afirmou que foi alvo de diversas ameaças. Diante do medo, ela optou por abandonar o cargo. Diante da situação, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Rio Grande do Norte emitiu uma nota de apoio à Maria Dos Prazeres.

A diretora desejou sorte aos alunos, lamentou o fato e afirmou que o medo venceu a esperança. “Eu não me importo que eu saia como a perdedora e que vocês saiam como vencedores. Eu tinha a esperança de continuar o meu trabalho, que faço com muita dedicação”, expôs.

Diretora pede demissão; veja momento do comunicado

Após a sanção da Lei Federal 15.100, no início de janeiro, o ano letivo dos estudantes brasileiros começou com a restrição do uso de celulares nas escolas públicas e privadas do país. Orientando apenas o uso para fins pedagógicos, o uso de aparelho celular agora está restrito tanto nas salas de aula quanto no recreio e intervalos.

Países como França, Espanha e Dinamarca já adotam a medida, que visa proteger as crianças e adolescentes dos impactos negativos das telas na saúde mental, física e psíquica, segundo o Ministério da Educação (MEC).

Ministro da Educação, Camilo Santana reforçou seu posicionamento em defesa da proibição do uso de aparelhos celulares em sala de aula. Para ele, essa medida visa proteger as crianças e adolescentes de diversas consequências negativas por conta do uso excessivo de telas. Camilo citou problemas como déficit de atenção, prejuízos à aprendizagem, além do quadro da saúde mental, com o desenvolvimento de crises de ansiedade e depressão.

“É preciso tomar essa medida para que a gente possa dar um passo e proteger nossas crianças e adolescentes. Há um debate mundial em torno desse assunto que aborda problemas causados pelo uso excessivo de telas. Dados mostram transtornos mentais e déficit de atenção, além de crises de ansiedade e depressão. Não tem sentido o aluno dentro de sala de aula mexer no celular, estar em rede social, enquanto o professor dá a sua aula”, enfatizou.

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