O principal objetivo de subir o Ceará para a Série A do Brasileiro não foi alcançado em três tentativas (2013-2014-2016), mas o técnico Sérgio Soares, que treina pela última vez o clube após o jogo de sábado contra o Vasco no Maracanã, às 16h30 (horário de Fortaleza), acredita que deixa, após 130 jogos, um legado: o estilo de jogo ofensivo.
Para ele, fazer o Ceará jogar para cima do adversário, priorizando o jogo bonito é um motivo de orgulho, pelo estigma que a equipe tinha de jogar mais fechada após o sucesso de 2009, com três volantes marcadores no meio, no auge de Michel, Heleno e João Marcos.
“O maior legado que eu deixo no Ceará, em todas as passagens é um Ceará ofensivo, que joga pra frente, que cria situações, incomoda o adversário. Este é o maior legado que eu deixo, ao implementar um estilo de jogo que deu certo, pois aqui existia um mito de que a equipe só renderia mais marcadora, com três volantes, pelo sucesso do ano do acesso em 2009”, lembrou.
Entre os exemplos de volantes mais técnicos está Ricardinho, que foi recuado por Soares em 2014 e este ano Richardson, que chegou a jogar sozinho na cabeça de área no chamado 4-1-4-1.
Este estilo, para ele, colocará até uma certa pressão no próximo técnico – que será anunciado após o fim da Série B – em manter um estilo reverenciado pela torcida alvinegra. “O profissional que aqui chegar, talvez tenha que trabalhar da mesma forma porque o torcedor acostumou com isso, pois lutamos pelo acesso em todos os anos que estivemos aqui. E o torcedor vai querer que em 2017 o clube também lute para subir”.
Com 130 jogos no comando do Vovô, Soares tem um aproveitamento de 56% dos pontos disputados, mesmo disputando apenas 14 deles no Campeonato Cearense – ele foi campeão em 2014, que valeu um tetracampeonato – considerado um certame de menor nível técnico.
Ofensivo
Em 130 jogos, sua equipe marcou 212 gols, sofrendo 156, com um ‘saldo’ de 56. Essa vocação ofensiva rendeu ao Ceará marcas interessantes, como melhor ataque de uma edição da Copa do Nordeste desde sua revitalização. Em 2014, o Vovô foi vice-campeão marcando 21 gols, e fez o artilheiro do certame, Magno Alves com 8.
No mesmo ano, Magno Alves foi artilheiro da Série B com 18 gols, feito que pode se repetir esta temporada com Bill, que soma 15 e tem dois de vantagem para Felipe Garcia, do Brasil de Pelotas e Nenê.
Por isso, uma das motivações para o duelo com o Vasco no sábado e tornar Bill artilheiro. “Fico feliz em contribuir com o Ceará formar mais um artilheiro, como foi com o Magno Alves em 14 e agora podemos deixar o Bill artilheiro”.
Sobre o último jogo dele nesta passagem pelo Vovô, Soares destaca. “Neste jogo tão importante, é terminar este outro ciclo pelo Ceará com o time sempre procurando vencer, como é minha marca”, finalizou ele.
