Um pouco mais de 40 crônicas curtas, revestidas de nostalgia e lembranças de uma feliz infância vivida no sertão cearense, é o que mostra o 16º livro do poeta Batista de Lima, intitulado de “Uma Casa Toda Mãe” e previsto pra ser lançado nesta terça-feira (20.09), às 19 horas, no Ideal Clube em Fortaleza (CE).
A obra a ser apresentada pelo escritor Juarez Leitão é toda ornada por metáforas que despertam emoção aos leitores e fazem pensar na origem das coisas em meio a surpresas e encantamentos. Isso sem falar das frases subjetivas, que são ditas em prosa, o que realmente é poesia. O autor que lança mais uma obra tem um jeito todo especial de brincar com as palavras.
A primeira crônica de “Uma Casa Toda Mãe” revela a tristeza do adulto que se impressionou com o pequeno recinto, seu saudoso Éden, que na sua memória de menino, tinha dimensões desproporcionais, onde nasceram anualmente, numa mesma década, 9 irmãos.
Já na crônica “Uma casa só portas”, por exemplo, Batista sai com esta metáfora: “O construtor de uma casa precisa ter mãos de poeta, fazer dos quartos, quartetos, de cada parede um verso, de cada telha, um verbo, rimar caibro com ripa numa rima só vista na arte de fazer telhados”.
O prefácio do livro é assinado por Dr. Flávio Leitão que diz que a grande maioria das crônicas traz-nos surpresas, nos leva a pensar na origem das coisas, nos extasia com afirmações filosóficas do homem do sertão: “se algum dia eu descobri porque estou aqui, vai ser mais fácil acreditar nas razões do esperar”.
Ele acrescenta ainda, que o autor demonstra sobejamente seu profundo amor ao sertão, suas coisas, suas gentes e em algumas crônicas chega a nos lembrar a saudade que um outro poeta, seu confrade da Academia Cearense de Letras – José Valdivino de Carvalho, também um saudosista do ninho em que nasceu, evidenciou em “Queixa”: “Porque não me deixaram como era!… Menino e ave, riso e madrugada, olhos cheios de azul e primavera”!
*O Autor
Cearense de Lavras da Mangabeira, radicado em Fortaleza, Batista Lima é formado em Letras e Pedagogia, mestre em Literatura pela UFC, professor adjunto da UECE e titular da UNIFOR.
É, ainda, professor e membro da Academia Cearense de Letras e da Academia Cearense da Língua Portuguesa, além de ser também, conselheiro do Conselho Estadual de Educação (CEE).
Referência da literatura contemporânea do Ceará, o escritor Batista Lima é autor de diversos livros de poemas, contos, ensaios e crônicas.
*Publicações
>Poemas
*Miranças (1977)
*Os Viventes da Serra Negra (1981)
*Engenho (1984)
*Janeiro da Encarnação (1995)
*O sol de cada coisa (2008)
*Tiborna (2014)
*Concerto para espantos (2015)
>Contos
*O pescador de Tabocal (1997/2019)
*Janeiro é um mês que não sossega (2002)
*Assim falou Sipaúbas (2019)
>Ensaios
*Os vazios repletos (1993)
*Moreira Campos, a escritura da ordem e da desordem (1993)
*O fio e a meada (2000)
>Crônicas
*Uma Casa Toda Mãe (2022)
