Centros de pesquisa em várias partes do mundo estão avançando em ensaios clínicos com a vacina contra o câncer, envolvendo voluntários em diversos países, inclusive no Brasil. No Ceará, o estudo é liderado pelo médico Eduardo Cronemberger, com a equipe do Centro Regional Integrado de Oncologia (CRIO), em colaboração internacional com os laboratórios MSD e Moderna.
Atualmente, o estudo está recrutando pacientes com câncer de pulmão, que irão receber doses de imunoterapia como parte do tratamento. Segundo Cronemberger, essa nova abordagem terapêutica “treina” o sistema imunológico de forma personalizada, utilizando tecnologia semelhante às vacinas de RNA mensageiro (mRNA) já empregadas contra a Covid-19.
A vacina é baseada na chamada terapia de neoantígenos individualizada, que também está sendo avaliada para tratar outros tipos de câncer, como o melanoma, um dos mais agressivos. A partir da análise do DNA tumoral do paciente, é possível identificar uma assinatura mutacional única, possibilitando a criação de uma vacina específica para cada perfil, o que melhora a resposta do corpo no combate às células cancerígenas e minimiza os efeitos colaterais comuns nos tratamentos convencionais.
O médico explica que a imunoterapia vem sendo estudada em diversos estágios clínicos e o esperado é que seus benefícios sejam confirmados a longo prazo. Caso os resultados comprovem sua eficácia superior, a vacina poderá se tornar o novo padrão global para o tratamento do câncer.
Um dos desafios atuais é disseminar informações aos pacientes sobre a possibilidade de participar dos ensaios clínicos, que têm previsão de conclusão até 2026. O perfil desejado inclui pacientes com câncer de pulmão do tipo não pequenas células, em estágios II e III, que já passaram por cirurgia.
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