Quixeramobim será sede de um novo porto seco vinculado à ferrovia Transnordestina, com investimentos que somam R$ 625 milhões. A expectativa é que sejam criados cerca de 1,3 mil empregos, tanto diretos quanto indiretos. A primeira fase da obra deve ter início ainda neste ano, começando com a etapa de terraplanagem. A conclusão dessa etapa está prevista para 2025.
A Value Global Group, responsável pelo projeto, destaca que o porto incluirá um terminal para grãos, minérios e contêineres, com ligação direta à ferrovia. De acordo com o CEO da empresa, Ricardo Azevedo, o grande diferencial do empreendimento será a redução dos custos logísticos, chegando a uma economia de até 50% no valor do frete em comparação ao transporte rodoviário.
O projeto é resultado de dois anos de negociações entre a Value Global Group e a administração municipal. Nesse sentido, houve a assinatura de um memorando de intenções em abril deste ano.
O terminal já atraiu o interesse de empresas dos setores de grãos e mineração, que firmaram pré-contratos garantindo uma receita inicial de R$ 5 milhões mensais. Contudo, os detalhes dessas parcerias permanecem sob confidencialidade. Além disso, o projeto deve fomentar o desenvolvimento de negócios complementares, como restaurantes, hotéis, borracharias e outros prestadores de serviços, abrindo oportunidades para empresas da região ou de fora.
Segundo Afrânio Feitosa, secretário de Desenvolvimento Econômico de Quixeramobim, o grupo também está em negociações com distribuidoras de combustíveis, incluindo a Vibra Energia, que já demonstrou interesse visitando a área do futuro porto seco. “Para você ter uma ideia, a empresa estima que, em 2026, o faturamento mensal será de R$ 2,5 milhões (a partir de contratos com as empresas). Com a chegada da Transnordestina ao Pecém, esse valor pode atingir entre R$ 5 milhões e R$ 15 milhões por mês”, explicou.
Antes de se consolidar como porto seco, o terminal funcionará como um centro multimodal de carga e descarga, permitindo o armazenamento de minérios, fertilizantes e contêineres. Após o término da construção, a empresa pretende solicitar autorização à Receita Federal para operar como porto seco, beneficiando-se de vantagens fiscais e aduaneiras.
Apesar de a ideia de um porto seco ligado ao Pecém já existir há algum tempo, Quixeramobim é o primeiro município do Ceará a formalizar um projeto dessa magnitude. No Nordeste, estruturas semelhantes são encontradas apenas na Bahia e em Pernambuco. Em todo o Brasil, existem menos de 30 portos secos operacionais, dedicados a armazenar e distribuir produtos como grãos, minérios e combustíveis.
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