Vereadores de oposição protocolam novo ofício e pressionam por transparência
Na última quarta-feira (13/12), vereadores de oposição da cidade de Salitre dirigiram-se ao escritório da Cooperação Cooperativa de Trabalho e Serviços Operacionais e Especializados em Asseio Conservação e Apoio Administrativo. O objetivo era reiterar o pedido de informações sobre o contrato entre a cooperativa e o município.
Há pouco mais de um ano, em 05/12/2022, os vereadores protocolaram um ofício solicitando informações sobre a contratação de servidores para a prefeitura. Até o momento, a cooperativa não respondeu. Diante da falta de retorno, os vereadores reiteraram o pedido protocolando um novo ofício ontem (13/12).
A preocupação dos vereadores aumentou com a recente operação “Fagos” do Gaeco, que envolve o município de Salitre em um suposto esquema criminoso. Desde o ano passado, quando solicitaram informações do contrato da cooperativa, não receberam resposta.
De acordo com o portal da transparência, Salitre repassou mais de 10 milhões de reais para a Cooperativa de 2022 até hoje (14/12/2023). Chama atenção o fato de a cooperativa, inscrita no CNPJ no final de 2020 com capital de R$ 104.100, ter recebido essa quantia.
Na visita ao escritório da cooperativa, os vereadores solicitaram informações à atendente, que surpreendentemente mencionou que apenas “Dona Fátima”, vereadora e esposa do prefeito, poderia fornecer os dados.
A Operação “Fagos” do Gaeco revelou um suposto esquema criminoso envolvendo cooperativas de saúde e agentes públicos em 21 municípios cearenses. O grupo investigado detinha cinco cooperativas diferentes, usadas para concorrer em licitações, ganhando contratos e desviando recursos públicos.
A investigação, que começou com uma denúncia anônima em setembro, resultou em cinco prisões e 20 mandados de busca e apreensão. O esquema movimentou cerca de R$ 180 milhões em três anos, com R$ 60 milhões estimados como superfaturados. Prefeituras cearenses foram notificadas, e secretários municipais de saúde estão entre os investigados.
Apesar dos indícios de crimes, os contratos licitatórios não foram interrompidos para garantir a continuidade dos serviços de saúde prestados pelas cooperativas investigadas. A operação também resultou na apreensão de dinheiro em espécie, veículos de luxo, celulares e documentos. O escândalo lança luz sobre a necessidade de maior transparência nas relações entre cooperativas e órgãos públicos.
De acordo ainda com um mandato expedido em julho pelo Ministério Público, foi pedido uma lista de todos os funcionários, contratados e cooperados que recebem da Prefeitura.
De acordo com o Promotor de Justiça Dr. Breno, a quadrilha pode ter desviado em torno de R$ 60 milhões de reais, para beneficiar regalias e luxo de agentes públicos, incluindo prefeitos e secretários de saúde.
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